Não sou tão assíduo ao cinema de um modo geral. Às
vezes quando saio do trabalho, enfrento o trânsito da Antônio Sales e estaciono
numa locadora para me desligar da programação rotineira da tevê.
Minha vista não busca banners contendo
formatos dramáticos, amorosos ou de comédia. Meu estilo é ação, policial e, vez
por outra, histórico. Nestes dias estava pensando distante, preocupado com as
mesmas coisas que se repetem todos os anos: contas, trabalho, obras,
compromissos; quando minha esposa apontou para a mesa da sala e disse: -
Assista a este filme, talvez você passe a se cobrar menos, a se dar mais tempo,
a aproveitar coisas simples. – Relaxe!
Passaram-se dois dias e, finalmente encontrei um
tempinho para assistir a tal filme. Seu título em português: Antes de
Partir. Na capa dois atores de peso: Morgan Freeman e Jack Nicholson.
E assim me imergi naquele enredo. Minha mente, como uma conselheira invisível
me punha naquele imaginário e involuntariamente ali estava eu a tomar o lugar
dos protagonistas. Puxa...Deus me livre! Respondia à minha conselheira.
Mas o bom senso, doutro lado me dizia: então faça isto agora, não espere
acontecer coisas ruins e imprevistas para cuidar de si.
Cuidar de si não significa propriamente sair feito
maluco viajando ou gastando irresponsavelmente seu tempo e economias com
restaurantes caros, lugares exóticos ou coisas desta estirpe, mas aproveitando
coisas simples da vida como brincar com sua filha no chão; sentar-se sem pressa
numa mesa para tomar café com tapioca sem olhar para o relógio; deitar-se
depois do almoço e desligar-se das obrigações por tão somente meia-hora. Digo:
meia-hora!. Porque há um amigo meu João Carlos que conta a história de um preguiçoso
que após almoçar se encostava por ali e por aqui e acabava dormindo até 4 da
tarde. Ao acordar, esticando-se os braços para cada lado, dizia: - Puxa vida,
meu Deus! Onde vocês estavam que não me acordaram? E agora: “onde vou encontrar
sono para a noite?”.
No final do filme a emoção se presencia em qualquer
pessoa, pois é ali que nossa orelha é puxada para que respeitemos a vida,
buscando trilhá-la sem stress, sem egoísmos, com perdão e também
com trabalho sadio que nos proporcione conforto e segurança ao final de cada
dia.
Aconselho a meus leitores a assistir ao filme
“Antes de Partir”, porque pode ser tarde para descobrir que o ontem não mais
voltará.
É bastante difícil apontar precisamente no que se
resume a vida de uma pessoa. Alguns dizem que são as amizades que deixou;
outros dizem que é a fé que teve; outros quantas mulheres amou; outros quanto
dinheiro juntou; outros quantos lugares conheceu e muitos dizem que nenhum
sentido a vida tem.
Já penso que a vida se resume no que você fez de bom
aqui e esta medida é realizada pela quantidade de pessoas que admiram suas
ações.
Alfim, seja como você mede sua vida, o importante é
que você tem que viver mais do que a vida lhe dispõe.
Pensei no que gostaria de realizar também antes de
partir e para tal preciso começar a realizar agora, pois não sei quantas fichas
há no meu bolso, pois todo dia 31 de dezembro gasto uma mais.
Para os egípcios, entrar no céu de Horus e Seth,
depende de sua resposta para estas duas perguntas: a primeira é se você teve alegrias
em sua vida e a segunda é se você fez alguém feliz. Se você responder
positivamente, você terá seu passaporte carimbado para o céu.
Logicamente e, a priori, rogo a Deus pela
descoberta da cura de doenças como o câncer, a hepatite, as degenerativas e
para que tenhamos mais igualdade e paz social. Mas, no depender mais de minha
pessoa e de um pouco de sorte, poderia elencar algumas coisas que gostaria de
fazer ou presenciar antes de partir, até mesmo plagiando alguns desejos do
Carter e do Cole:
Eis minha “Lista da Bota”:
1) Publicar um livro (já tô tentando);
2) Possuir um Aston Martin Rapide (já tô tentando);
3) Fundar uma instituição de caridade;
4) Participar da formatura de minha filha;
5) Aprender a pilotar avião;
6) Fazer um vôo espacial;
7) Ser premiado na loteria (já tô tentando);
8) Trabalhar apenas 3 dias por semana (já tô tentando);
9) Ajudar sem interesse a um desconhecido;
10) Correr uma maratona (já tô tentando);.
11) Terminar de conhecer as sete maravilhas do mundo moderno,
que são: Grande Muralha (China); Taj Mahal(Índia); Cristo
Redentor(Brasil), Migração do Serengueti(Tanzânia); Ilhas
Galápagos(Equador); Grand Canyon(USA); Machu Picchu(Peru). (já tô tentando);
Carter Chambers (Morgan Freeman) é um homem
casado, que há 46 anos trabalha como mecânico. Submetido a um tratamento
experimental para combater o câncer, ele se sente mal no trabalho e com isso é
internado em um hospital. Logo passa a ter como companheiro de quarto Edward
Cole (Jack Nicholson), um rico empresário que é dono do próprio hospital.
Edward deseja ter um quarto só para si, mas como sempre pregou que em seus
hospitais todo quarto precisa ter dois leitos para que seja viável
financeiramente, não pode ter seu desejo atendido pois isto afetaria a imagem
de seus negócios. Edward também está com câncer e, após ser operado, descobre
que tem poucos meses de vida. O mesmo acontece com Carter, que decide escrever
a "lista da bota", algo que seu professor de filosofia na faculdade
passou como trabalho muitas décadas atrás. A lista consiste em desejos que
Carter deseja realizar antes de morrer (“ou bater as botas”). Ao tomar
conhecimento dela Edward propõe que eles a realizem, o que faz com que ambos
viagem pelo mundo para aproveitar seus últimos meses de vida.
Muito bom . Seu texto chama atenção para as pessoas valorizar mais a vida, dar mais importante ÀS COISAS BOAS que a vida nos oferece e ter consciência de que não estamos aqui para sempre... Parabéns!
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