sábado, 22 de fevereiro de 2020

Parmesão do Sertão

Quando a gente vinha de Santa Quitéria, papai comprava queijo bem fresquinho lá e não deixava ninguém cortar.
Armava uma tábua de quatro metros de comprimento  e trinta centímetros de largura e a ancorava nos caibros do telhado pelas pontas icados por quatro tiras de arame recozido. 
Entre a tábua e os caibros havia uma barreira de flandre para evitar que os ratos chegassem à tábua pelo famoso “cheiro do queijo”
E lá, ficávamos nós: nós e os ratos! Querendo comer aqueles queijos e o papai não deixava! 
Não por ser sovina, mas porque queria que os queijos envelhecessem!
E assim acontecia!
Depois de 2 meses, os queijos eram retirados daquela tábua suspensa e servidos no café!
Mas, nosso paladar infantil não era afeto ao do queijo envelhecido!
E o queijo era consumido todinho pelo papai!
Hoje, vemos que tudo é questão de gosto! 
E, em busca do queijo envelhecido, pagamos caro pelo parmesão faixa azul, nome que hoje se alcunha o queijo envelhecido de Santa Quitéria na tábua suspensa da despensa lá de casa!
“Relatos históricos do queijo parmesão!”
Luiz Lopes Filho