sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Divina Proporção


O Pi e o Phi : no mínimo, interessante!

Este texto tem autoria desconhecida, mas seu teor foi bastante divulgado na web, em revistas  e em textos científicos.

Busquei a inserção de alguns trechos com meu ponto de vista. De qualquer sorte, o importante é a curiosidade extraída destes dois símbolos gregos representados pelas letras PI e FI, como assim as pronunciamos.

O número “π” é o irracional mais famoso da história, com o qual se representa a razão constante entre o perímetro de qualquer circunferência e o seu diâmetro.
Equivale a 3.141592653589793238462643383279502884197169399375... A este trem de algarismos sequenciados, chamamos de uma dízima periódica, uma representação decimal de um número no qual um conjunto de um ou mais algarismos repete-se indefinidamente, a começar de certa ordem decimal. O Pi é conhecido "vulgarmente" como 3,1416. 

Já o número (φ) Phi (letra grega que se pronuncia "fi") apesar de não ser tão conhecido, tem um significado muito mais interessante. Durante anos o homem procurou a beleza perfeita, a proporção ideal e esta beleza divina é gerenciada por este número tão pouco difundido.
Os gregos criaram então o retângulo de ouro. Era um retângulo, do qual havia-se proporções do lado maior dividido pelo lado menor e a partir dessa proporção tudo era construído.

O famoso monumento grego foi feito com base nesta equação: a proporção do retângulo que forma a face central e lateral. A profundidade dividida pelo comprimento ou altura, tudo seguia uma proporção ideal de 1,618 (para os mais afetos à matemática, vale a pena relembrar a demonstração áurea)

Um dos mais antigos  momentos já visto é o Parthenon Grego (entre 447 e 433 aC), templo representativo do século de Péricles, contém a razão de ouro no retângulo que contem a fachada (largura/altura ), isso nos revela a preocupação de realizar uma obra de alta beleza e harmonia. O arquiteto e construtor dessa obra foi Fídias. Como já sabemos, a inicial do nome do arquiteto é a letra (φ) que é designada para denotar o número áureo.

Na foto abaixo, tive a oportunidade de visitar o Pathernon na antiga Grécia e, muito embora, em ruínas, ficamos encantados com a magnitude da arquitetura e proporcionalidade de sua volumetria.



Os egípcios fizeram o mesmo com as pirâmides cada pedra era 1,618 menor do que a pedra de baixo, a de baixo era 1,618 maior que a de cima, que era 1,618 maior que a da 3ª fileira e assim por diante.

Durante milénios, a arquitetura clássica grega prevaleceu. O retângulo de ouro era padrão, mas depois de muito tempo veio a construção gótica com formas arredondadas que não utilizavam o retângulo de ouro grego.

No ano de 1.200, Leonardo Fibonacci, um matemático que estudava o crescimento das populações de coelhos, criou aquela que é provavelmente a mais famosa sequência matemática, a Série de Fibonacci. A partir de 2 coelhos, Fibonacci foi contando como eles aumentavam a partir da reprodução de várias gerações e chegou a uma sequência onde um número é igual a soma dos dois números anteriores:  1 1 2 3 5 8 13 2134 55 89...
1
1+1=2
2+1=3
3+2=5
5+3=8
8+5=13
13+8=21
21+13=34
E assim por diante...

Aí então entra a primeira "coincidência" : a  proporção de crescimento média da série é...1,618. Os números variam, um pouco acima às vezes, um pouco abaixo, mas a média é 1,618, exatamente a proporção das pirâmides do Egito e do retângulo de ouro dos gregos.
Vai daí, essa descoberta de Fibonacci abriu uma nova idéia de tal proporção que os cientistas começaram a estudar a natureza em termos matemáticos e começaram a descobrir coisas fantásticas.
- A proporção de abelhas fêmeas em comparação com abelhas machos numa colmeia é de 1,618;
- A proporção que aumenta o tamanho das espirais de um caracol é de 1,618;
- A proporção em que aumenta o diâmetro das espirais sementes de um girassol é de 1,618;
- A proporção em que se diminuem as folhas de uma árvore a medida que subimos de altura é de 1,618;

Observamos que esta proporção fora descoberta por Fibonacci, mas foi criada Divinamente.

Nas galáxias as estrelas se distribuem em torno de um astro principal numa espiral obedecendo à proporção de 1,618. E por isso o número Phi ficou conhecido como "A DIVINA PROPORÇÃO".

Os historiadores descrevem que foi a beleza perfeita que Deus teria escolhido para fazer o mundo? Bom, por volta 1500, com a vinda do Renascentismo, à cultura clássica voltou à moda... Michelangelo e, principalmente, Leonardo da Vinci, grandes amantes da cultura pagã, colocaram esta proporção natural em suas obras.

Mas Da Vinci foi ainda mais longe. Ele, como cientista, pegava cadáveres para medir a proporção do seu corpo e descobriu que nenhuma outra coisa obedece tanto a DIVINA PROPORÇÃO do que o corpo humano, obra prima de Deus. Por exemplo:
- Meça sua altura e depois divida pela altura do seu umbigo até o chão. O resultado é 1,618.
- Meça seu braço inteiro e depois divida pelo tamanho do seu cotovelo até o dedo. O resultado é 1,618.
- Meça seus dedos, ele inteiro dividido pela dobra central até a ponta ou da dobra central até a ponta dividido pela segunda dobra. O resultado é 1,618.
- Meça sua perna inteira e divida pelo tamanho do seu joelho até o chão. O resultado é 1,618;
- A altura do seu crânio dividido pelo tamanho da sua mandíbula até o alto da cabeça.O resultado é 1,618.
Da sua cintura até a cabeça e depois só o tórax. O resultado é 1,618.

Tudo, cada osso do corpo humano é regido pela Divina Proporção. Seria Deus, usando seu conceito maior de beleza em sua maior criação feita a sua imagem e semelhança?
Coelhos, abelhas, caramujos, constelações, girassóis, árvores, arte e o homem.  São coisas teoricamente diferentes, todas ligadas numa proporção em comum.

Então até hoje essa é considerada a mais perfeita das proporções. Meça seu cartão de crédito, largura/altura, seu livro, seu jornal, uma foto revelada. Mas lembre-se: considere erros de medida da régua ou fita métrica que não são objetos acurados de medição.

No final, nada o homem cria, apenas descobre, apenas encontra paulatinamente as soluções dos problemas neste livro Divino, a cada dia que vira uma página, a cada dia que nasce. Para tanto, basta navegar, caminhar, estudar e sempre persistir.

E quando uma página divina é lida e virada, deparamo-nos com o acenar de novos conceitos científicos, de novas fórmulas, de novos medicamentos, de novas tecnologias que possam melhorar nossa qualidade de vida.

Luiz Lopes Filho, 25/01/13

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Antes de Partir


Não sou tão assíduo ao cinema de um modo geral. Às vezes quando saio do trabalho, enfrento o trânsito da Antônio Sales e estaciono numa locadora para me desligar da programação rotineira da tevê.

Minha vista não busca banners contendo formatos dramáticos, amorosos ou de comédia. Meu estilo é ação, policial e, vez por outra, histórico. Nestes dias estava pensando distante, preocupado com as mesmas coisas que se repetem todos os anos: contas, trabalho, obras, compromissos; quando minha esposa apontou para a mesa da sala e disse: - Assista a este filme, talvez você passe a se cobrar menos, a se dar mais tempo, a aproveitar coisas simples. – Relaxe!

Passaram-se dois dias e, finalmente encontrei um tempinho para assistir a tal filme. Seu título em português: Antes de Partir. Na capa dois atores de peso: Morgan Freeman e Jack Nicholson. E assim me imergi naquele enredo. Minha mente, como uma conselheira invisível me punha naquele imaginário e involuntariamente ali estava eu a tomar o lugar dos protagonistas. Puxa...Deus me livre! Respondia à minha conselheira.  Mas o bom senso, doutro lado me dizia: então faça isto agora, não espere acontecer coisas ruins e imprevistas para cuidar de si.

Cuidar de si não significa propriamente sair feito maluco viajando ou gastando irresponsavelmente seu tempo e economias com restaurantes caros, lugares exóticos ou coisas desta estirpe, mas aproveitando coisas simples da vida como brincar com sua filha no chão; sentar-se sem pressa numa mesa para tomar café com tapioca sem olhar para o relógio; deitar-se depois do almoço e desligar-se das obrigações por tão somente meia-hora. Digo: meia-hora!. Porque há um amigo meu João Carlos que conta a história de um preguiçoso que após almoçar se encostava por ali e por aqui e acabava dormindo até 4 da tarde. Ao acordar, esticando-se os braços para cada lado, dizia: - Puxa vida, meu Deus! Onde vocês estavam que não me acordaram? E agora: “onde vou encontrar sono para a noite?”.  

No final do filme a emoção se presencia em qualquer pessoa, pois é ali que nossa orelha é puxada para que respeitemos a vida, buscando trilhá-la sem stress, sem egoísmos, com perdão e também com trabalho sadio que nos proporcione conforto e segurança ao final de cada dia.

Aconselho a meus leitores a assistir ao filme “Antes de Partir”, porque pode ser tarde para descobrir que o ontem não mais voltará.

É bastante difícil apontar precisamente no que se resume a vida de uma pessoa. Alguns dizem que são as amizades que deixou; outros dizem que é a fé que teve; outros quantas mulheres amou; outros quanto dinheiro juntou; outros quantos lugares conheceu e muitos dizem que nenhum sentido a vida tem.

Já penso que a vida se resume no que você fez de bom aqui e esta medida é realizada pela quantidade de pessoas que admiram suas ações.
Alfim, seja como você mede sua vida, o importante é que você tem que viver mais do que a vida lhe dispõe.

Pensei no que gostaria de realizar também antes de partir e para tal preciso começar a realizar agora, pois não sei quantas fichas há no meu bolso, pois todo dia 31 de dezembro gasto uma mais.

Para os egípcios, entrar no céu de Horus e Seth, depende de sua resposta para estas duas perguntas: a primeira é se você teve alegrias em sua vida e a segunda é se você fez alguém feliz. Se você responder positivamente, você terá seu passaporte carimbado para o céu.

Logicamente e, a priori, rogo a Deus pela descoberta da cura de doenças como o câncer, a hepatite, as degenerativas e para que tenhamos mais igualdade e paz social. Mas, no depender mais de minha pessoa e de um pouco de sorte, poderia elencar algumas coisas que gostaria de fazer ou presenciar antes de partir, até mesmo plagiando alguns desejos do Carter e do Cole:

Eis minha “Lista da Bota”:

1)    Publicar um livro (já tô tentando);
2)    Possuir um Aston Martin Rapide (já tô tentando);
3)    Fundar uma instituição de caridade;
4)    Participar da formatura de minha filha;
5)    Aprender a pilotar avião;
6)    Fazer um vôo espacial;
7)    Ser premiado na loteria (já tô tentando);
8)    Trabalhar apenas 3 dias por semana (já tô tentando);
9)    Ajudar sem interesse a um desconhecido;
10)  Correr uma maratona (já tô tentando);.
11)  Terminar de conhecer as sete maravilhas do mundo moderno, que são: Grande Muralha (China); Taj Mahal(Índia); Cristo Redentor(Brasil), Migração do Serengueti(Tanzânia); Ilhas Galápagos(Equador); Grand Canyon(USA); Machu Picchu(Peru). (já tô tentando);



Carter Chambers (Morgan Freeman) é um homem casado, que há 46 anos trabalha como mecânico. Submetido a um tratamento experimental para combater o câncer, ele se sente mal no trabalho e com isso é internado em um hospital. Logo passa a ter como companheiro de quarto Edward Cole (Jack Nicholson), um rico empresário que é dono do próprio hospital. Edward deseja ter um quarto só para si, mas como sempre pregou que em seus hospitais todo quarto precisa ter dois leitos para que seja viável financeiramente, não pode ter seu desejo atendido pois isto afetaria a imagem de seus negócios. Edward também está com câncer e, após ser operado, descobre que tem poucos meses de vida. O mesmo acontece com Carter, que decide escrever a "lista da bota", algo que seu professor de filosofia na faculdade passou como trabalho muitas décadas atrás. A lista consiste em desejos que Carter deseja realizar antes de morrer (“ou bater as botas”). Ao tomar conhecimento dela Edward propõe que eles a realizem, o que faz com que ambos viagem pelo mundo para aproveitar seus últimos meses de vida.



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Nestes últimos 30 anos.


Meus momentos pelos últimos 30 anos.

Há 30 anos exatamente ingressava em meu primeiro emprego como bancário aprendiz neste banco de fomento. Foi um período difícil, tendo que conciliar o curso de habilitação bancária com a conclusão do segundo grau. Havia saído do Colégio Militar de Fortaleza e estava numa turma de alunos dali egressos e agora estudando no Colégio Geo Batista, um mix de pré-vestibular do Geo-Studio, Master e Batista.

Havia outro problema. Meu pai não concordava com minha decisão de ir trabalhar em banco, quando já havia passado para as escolas militares: Aman, Escola Naval e Academia da Força Aérea. Ainda havia naquela época uma certa tendência de os pais quererem que seus filhos seguissem a carreira militar, talvez por resquícios presentes dos governos militares, talvez pela segurança e status ainda presentes nas insígnias dos oficiais das forças armadas.

Não sei se minha decisão me empurrou para um destino melhor ou pior. Talvez tenha sido melhor adotar o banco como meu trabalho e conciliar com o curso de engenharia civil. De certa forma, esta simbiose laboral deu certo.

Trabalhava na área de processamento de dados de cinco da tarde às onze da noite e tinha o dia todo para cursar engenharia na UFC e também para estagiar na construção de um edifício lá na rua Monsenhor Bruno. Houve um período que trabalhava de madrugada de 23 às 7 da manhã, dali seguia para a UFC pela manhã e estagiava durante à tarde, prosseguindo na cultura alemã até dezenove horas.

Restavam-me 3 horas de sono por dia. Esta rotina me presentou no final com uma pneumonia aguda que quase me acaba. Era um corre-corre, mas valia a pena não ter tempo para nada.

Graduamo-nos em engenharia civil em 1990 numa época de restrição de financiamentos habitacionais e de carência de empregos. No banco, havia um caminho para seguir carreira técnica e na minha área. Por sorte, saíu o edital para concurso interno para engenheiros e arquitetos. Com a aprovação, passei a exercer atividades técnicas no banco como engenheiro civil, construindo novas agências, reformando prédios antigos e também preservando-os com boa manutenção.

Em mais de quinhentas viagens, percorri milhares de quilômetros seja por terra, água e ar, de Norte a Sul, de Leste a Oeste,  mas trilhando com maior frequência pelo Nordeste. Acompanhei e fiscalizei muitos projetos financiados pelo banco: siderúrgicas, indústrias têxteis, fábricas de cimento, jazidas de granito, indústrias de reciclagem, estradas, usinas eólicas, galpões industriais, shoppings centers e, creiam até construção de cemitérios e crematórios modernos. Também participei de muitos cursos de aperfeiçoamentos proporcionados pela empresa, dando-me a oportunidade de saber um pouco do quanto nada sabemos.

Pelos idos de 1992 estava reformando uma agência em Codó-MA, quando caí de uma coberta de mais de 8 metros de altura. Por sorte fiquei preso na estrutura de madeira do prédio e foi este meu primeiro acidente de trabalho.

Ainda em 1992 por diversas vezes, participei do Fora Collor. Isto porque ficava em Brasília aguardando um vôo durante todo o dia e, neste interim, ía para as manifestações Fora Collor. Acho que ía mais olhar as belas caras pintadas das universitárias brasilienses. Estava acompanhando a construção da agência do banco em Corrente no sul do Piauí. Ali naquela região do Gurguéia. Mas, para lá chegar não havia acesso melhor senão pela capital federal. Assim, pegava um vôo até Brasília cedinho e ficava lá o dia todo aguardando um vôo regional pela companhia Brasil Central: um bimotor turbo-hélice EMB-120 Brasília da Embraer que comportava aproximadamete 18 passageiros. Vôo conturbado que pousava após de duas horas de turbulências em Barreiras no oeste baiano. De lá, seguia por via terrestre. Parecia que nunca chegaria ao destino.

Em 1994 passei um período na Bahia, acompanhando empreendimentos industriais em Salvador e região metropolitana. Fui até a Caixa Prego, sim é verdade e não é somente adágio popular. O nome correto do local é Cacha Pregos, uma pequena vila de pescadores localizada no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, no estado da Bahia. A Praia esta localizada do outro lado da ilha de Itaparica em relação à cidade de Salvador. É possível chegar através de uma ponte (Ponte do Funil) que liga o município de Vera Cruz ao município de Jaguaripe no continente, ou tomando transporte marítimo a partir de Salvador e seguindo pela estrada a partir do terminal marítimo de Bom Despacho.

Em Salvador ficava hospedado na Praia de Jardim de Alah, pois o hotel era modesto e ficava próximo à orla e ao restaurante Kimuqueca....pense no melhor prato de lá?!. Foram muitos dias em terras soteropolitanas.

Em 1995 fui acordado numa pousada familiar pelo fuçar de um animal. Não havia mais aposentos ao chegar tarde da noite, a dona da pousada me disponibilizou uma rede na varanda. Pulei assustado às seis da manhã com uma porca me catucando pelo fundo da rede...Meu Deus onde vim parar?! Estava em Catolé do Rocha na Paraíba.

Em 1995 fiquei hospedado numa escola pública cercada por policiais protegendo os hóspedes, pois naquela semana haviam assassinado o juiz e o promotor daquela cidade pernambucana e a cidade estava cercada por traficantes daquelas plantações marginais do Velho Chico. Estava em Floresta-PE e muito assustado. Meu Deus, o que estou fazendo aqui???. Naquela noite ainda saímos para uma pizzaria para jantar. Pedi o cardápio quando o garçom me retrucou de imediato: “Só tem carne di bodi”. Égua, o que estou fazendo aqui??

Em 1996 fazia um roteiro misto:  aéreo até Juazeiro do Norte num bimotor Caravan da antiga companhia cearense TAF e de lá percorria Salgueiro, Serra Talhada, Garanhuns, Arcoverde durante toda semana a serviço. Lá pela 6ª feira chegava em Recife e resolvia passar o final de semana por lá em farras merecidas.

Mas onde mais aterrisava era em Teresina e São Luís. De lá muitos roteiros terrestres fiz, conhecendo cada metro de estradas piauienses e maranhenses. Adorava retornar à Teresina e aguardar um velho VASP que vinha de São Paulo e pousava às 23:55 já pronto para voltar à Fortaleza. Meus amigos do Piauí me apresentaram a famosa Beth Cuscuz onde vez por outra por ali passava....em segurança e cautela, claro.

Em 1994, estava em Esperantina no Piauí quando conheci um velho senhor representante de produtos de um famoso moinho cearense e que se dizia amigo de conhecidos meus. Ofereceu-me carona até Teresina, onde iria embarcar naquele dito vôo da VASP para Fortaleza. Fui até a agência do Banco e lhe emprestei 200 reais, pois alegava que seu cartão estava desmagnetizado e me devolveria o dinheiro ao chegar em Teresina. Geraldo era o nome deste sujeito malandro que escondia sua má índole por trás de sua terceira idade. Resolveu me pedir mais 200 reais ao chegar em Teresina, pois o cartão doutro banco também não estava funcionando. Hesitei, mas quando ele me entregou um envelope com mais de vinte mil reais em cheques para entregar à sua esposa ao chegar em Fortaleza, resolvi ampliar seu crédito. Foram-se quatrocentos reais emprestados a um estranho que se dizia conhecido e amigo de meus amigos. Que farsa dele e quanto ingenuidade e presteza gratuita aquela minha. Na realidade eu estava vivenciando meu momento de abestado e tolo. Todos nós já passamos por tolos um dia e este foi meu dia. Quando entrei no avião, parecia que tinha acordado do tolo momento. Sentei ao lado de uma amiga que vinha de Brasília no mesmo vôo e me disse:  Luiz, abre o envelope! Tu fostes enganado! E ainda disse: - Não, não vou abrir correspondências dos outros. Vou entregar os cheques à sua esposa. No outro dia, já em Fortaleza, quando fui atrás da esposa do meliante, descobri que era sua ex-mulher e logo ela me passou a ficha suja do velho estelionatário. Nada havia dentro do envelope a não ser várias folhas em branco de um caderno espiral . Enraivecido, consegui descobrir o endereço da mãe do elemento que ficava na Rua Tereza Cristina. Ameacei denunciar à Polícia  e sua irmã ainda me ressarciu metade do empréstimo. É muito ruim ser enganado e ainda mais daquela forma......Passei vários meses a ser zombado pelos tios com o seguinte jargão: Luiz Filho, sou o Geraaallldoo, me empresta 400 reais que te pago depois.!!! Aprendizado!! Esta foi minha rubrica para contabilizar este prejuízo mais de raiva do que de cunho pecuniário.

Em 1995 no retorno de um congresso, fizemos um pouso forçado no aeroporto de Florianópolis após mais de 1 hora de turbulências entre Foz e Floripa. Foram muitos gritos e vômitos pelo hall da aeronave, caíram máscaras, gente gritava. Uma turbina havia se ido. Olhava para o amigo ao lado e o via rezando, olhava para frente e via outro chorando. Rezei e pensei....acho que sou muito novo para isto. Enfim chegamos em Florianópolis. Todos desembarcaram naquele aeroporto. Somente eu e mais cinco amigos prosseguimos viagem até Fortaleza. Passamos por mais uma prova de ar. Graças a Deus!

Costumava ir por ferryboat  de São Luís até Pinheiro na baixada maranhense, terra natal do velho Sarney. Foi ali que presenciei o maior número de urubus por metro quadrado de céu. Um solitário e adormecido vira-latas estava de boca aberta, talvez exalando mal hálito quando um monte de urubus quis içá-lo como uma carniça abandonada. O pobre do cachorro acordou desesperando gritando "caiimm, caiiimm" pelas ruas de Pinheiro. Os populares não contiveram a gargalhada daquele sinistro momento canino.
Na foto abaixo, tanque vazio na imensidão do sul do Maranhão, próximo à cidade de Balsas. E agora como conseguiria gasolina?


Certa vez em Barra do Corda-MA fiquei hospedado numa pousada de um macumbeiro. Acordei por volta de 2 da manhã assustado com uns lamentos e tambores. Deitado, entreolhei a porta do quarto e observei  a luz do poste brilhando pelos combogós e refletindo pontualmente o crucifixo fixo na parede, parecendo movê-lo num assombroso balançar. Foi o bastante para sair em disparada até a portaria e dali só sair com o nascer do sol.... Puxa vida, o que diabos estou fazendo por aqui??!!

Em 2006 estava na Rua Grande no centro de São Luís inspecionando uma coberta do prédio maior do banco. Pisei numa telha má posicionada e despenquei lá de cima. Torci meu braço e tive várias escoriações. Mas livrei-me do pior: fiquei preso a um cabo elétrico que estava isolado de seus 380 volts, mas que me segurou de uma altura de 10 metros. Susto em mim e no pessoal que me acompanhava pois não me viam entre a coberta e o forro. Pronto!: todos achavam que o pior tinha acontecido pois passei minutos em silêncio.

Mas em tantas e tantas viagens e tantos e tantos fatos pitorescos, houve muito aprendizado, conheci muitas pessoas boas e más, generosas e ambiciosas, apoiadoras e nem tanto e foi como este vai-e-vem que passei a admirar coisas simples da vida.

O tempo é o relógio de nosso Pai e é com os ponteiros da paciência, humildade, sabedoria e solidariedade que deveremos prosseguir em nossa caminhada.

Luiz Lopes Filho, 07 de janeiro de 2015.

domingo, 23 de dezembro de 2012

"Preservando a Cultura Cristã'


"Mantendo O Mundo Mais Cristão”



Recebi um vídeo pela “web” e fiquei bastante preocupado pela possibilidade do mundo tornar-se menos cristão. Não pela adversidade às outras religiões, até porque em sua maioria pregam, em seu teor mais intrínseco, a bondade, a justiça e o amor, mas pela possibilidade de as nações serem habitadas por mais muçulmanos e digo: nenhuma aversão aos mesmos, mas por me inserir na comunidade cristã e dela procurar seguir seus preceitos e ter mais fé na sua história.
Minha preocupação se iguala à possibilidade de sermos sufocados pela cultura muçulmana que se alastra gradativamente nos países europeus, na América do Norte e, logicamente, tornam-se mais pujantes e extremistas nos países de origem.
As igrejas presbiterianas, católicas e cristãs de forma geral já esboçam esta preocupação onde se pode constatar mais mesquitas que igrejas em muitas regiões antes totalmente católicas, cristãs e judias.
Vejamos: Para que uma cultura seja mantida por mais de 25 anos, a taxa de natalidade deve ser de 2,11 crianças por família. Para uma taxa de 1,9 crianças por família, nenhuma cultura conseguiu sobreviver e, em se atingindo a taxa de 1,3 crianças por família, a cultura é fadada à extinção, sendo impossível de reverter tal quadro, por que são necessários 80 a 100 anos para reverter este problema e não há modelo econômico que sustente uma cultura por este tempo.
Ou seja, em termos mais diretos: “Se dois casais tiverem tão somente um filho, e estes tiverem somente um filho, haverá um quarto (1/4) de netos do que há de avós.
Se nascerem um milhão de pessoas em 2013, seria muito difícil haver dois milhões de força de trabalho em 2033; ou seja, enquanto a população encolhe, fato similar e concomitante acontece com a cultura.
Comparemos as taxas de fertilidade registradas nos seguintes países em 2007:
França = 1,8 crianças por família;
Inglaterra = 1,6 crianças por família;
Grécia = 1,3 crianças por família;
Alemanha = 1,3 crianças por família;
Itália = 1,2 crianças por família;
Espanha = 1,1 crianças por família;

Na União Européia inteira composta por 31 países, a taxa média é de tão somente 1,38 crianças por família!!! Neste cenário e dentro de poucos anos, a Europa como hoje conhecemos de maioria cristã e de seus costumes que nos são mais próximos, deixará de existir!
Entretanto, a população da Europa não estará declinando. Sabe por quê? Por causa da IMIGRAÇÃO! Imigração muçulmana! De todo crescimento verificado na população européia desde 1990, noventa por cento deve-se à imigração islâmica.
Na França, a taxa de natalidade é de 1,8 crianças por família, mas nas famílias islâmicas ali residentes, esta taxa se inverte exponencialmente para 8,1 crianças por família! Isto é comprovado culturalmente e religiosamente no sul da França, região tradicionalmente repleta de igrejas, atualmente há mais mesquitas que igrejas.
Trinta por cento (30%) dos que tem menos de 20 anos são islâmicos! Em cidades mais importantes como Nice, Marselhe e Paris, este percentual sobe para 45%.
Em 2027, um em cada cinco franceses, será islâmico. Em apenas 39 anos, a católica república francesa será uma nação muçulmana!
Na Inglaterra, num espaço de 30 anos, a população muçulmana cresceu de 82 mil para 2,5 milhões, um crescimento de 30 vezes! E onde havia igrejas, hoje mais há mesquitas.
Na Holanda, 50% da população recém-nascida é muçulmana, traduzindo-se: em 15 anos, metade da população será islâmica.
Na Rússia, há mais de 23 milhões de muçulmanos e 40% do exército russo será muçulmano em poucos anos.
Na Bélgica, 25% da população e 50% dos recém-nascidos é muçulmano. O governo já concluiu que em 2025, 1/3 das crianças serão nascidas em famílias muçulmanas, ou seja, daqui a 12 anos.
O governo alemão já declarou: “A queda da população alemã não pode mais ser detida. Sua espiral descendente não é mais reversível. Este será um estado muçulmano em 2050”.
Nesta analogia, estaria hoje Hitler odiando a transformação do estado ariano em muçulmano como o fez em paradigma aos judeus?
No sítio “Beth Shalon”, há escritos que dizem que os israelenses são acusados de exagero ao equipararem o ódio de Arafat por Israel com o ódio que Hitler extravasou ao perseguir os judeus. Porém, aqueles que ainda se lembram do alarido da propaganda nazista, como os sobreviventes do Holocausto, constatam que a incitação islâmica contra os judeus realmente deixa transparecer o espírito de Hitler. O linguajar de Arafat denuncia que ele estava possuído pelo mesmo espírito que dominava Hitler e seus predecessores, pois todos eles queriam aniquilar os judeus:
  • Hitler atribuía a fonte de sua perseguição aos judeus à "providência" – Arafat diz que Alá o comissionou a "lançar os judeus ao mar".
  • Em seu livro "Mein Kampf" ("Minha Luta"), Hitler previu o aniquilamento total dos judeus – o Corão conclama à guerra santa contra todos os não-muçulmanos. O lema dos muçulmanos é: "No sábado matamos os judeus e no domingo matamos os cristãos".
  • Hitler afirmava que a Bíblia era um lôgro judeu – os muçulmanos dizem que a Bíblia é uma falsificação e que o Corão é mais antigo que a Bíblia.
  • Hitler, sendo solteiro, declarava que sua noiva era a Alemanha – Arafat afirmava que sua noiva era a Palestina.
  • Hitler almejava o domínio mundial – o islã tenta conseguir o domínio do mundo através do terrorismo e da guerra santa.
  • Hitler exaltava o povo alemão como raça de senhores – os muçulmanos declaram ser "filhos do Sol".
  • Hitler afirmava que os não-arianos eram pessoas de segunda classe – para os islâmicos, todos os não-muçulmanos ("dhimmis") são pessoas de segunda classe.
Deixando as afirmativas e pensamentos deste sítio retromencionado, voltemos ao cerne do assunto:
O coronel Muamar Al Kadafi declarou: “Há sinais de que Allah garantirá nossa vitória na Europa sem espadas, sem armas, sem conquistas; não precisaremos de terroristas ou bombas homicidas... Dos mais de 50 milhões de muçulmanos na Europa, o transformarão em continente islâmico em poucas décadas”.
Há 52 milhões de muçulmanos na Europa e este número dobrará para 104 milhões nos próximos 20 anos.
Em nosso continente a situação é semelhante: No Canadá a taxa de fertilidade é de somente 1,6 crianças por família, havendo necessidade de ser de 2,11 para permanência da cultura canadense.
Entre 2001 e 2006 a população do Canadá cresceu 1,6 milhão de habitantes. Porém destes; 1,2 milhão foi de imigração.
Nos Estados Unidos a taxa de natalidade é de somente 1,6 crianças por família. Com a imigração latina, seja de cubanos, bolivianos, mexicanos, portorriquenhos e toda esta multidão de famintos por melhores condições de vida; a taxa de natalidade foi incrementada para 2,11. Taxa mínima necessária para manter uma cultura, um modo de vida, uma forma de crença e um rito natural de vida.
Avultemos que em 1970 havia tão somente cem mil muçulmanos no Tio Sam, hoje são nove milhões de muçulmanos vivendo nos Estados Unidos!!!
Há poucos anos atrás houve um encontro de 24 organizações islâmicas em Chicago, onde foi projetado o plano de “evangelizar” a América, através de política, jornalismo, educação e organizarem-se para que daqui a 45 anos sejamos 50 milhões de muçulmanos vivendo na América.
Nossos netos não viverão num mundo em que hoje vivemos. A Igreja Católica recentemente declarou que o número de islâmicos ultrapassou o de cristãos neste mundo.
Sobre todo o retrodescrito pela Primeira Igreja Batista de São José dos Campos, temos que entender que ameaças à nossa cultura não se convergem no crescimento de muçulmanos, budistas e demais crenças, mas também no crescimento do número de ateus. O importante avultarmos é que devemos educar nossos filhos com os preceitos do respeito ao próximo seja ele pertencente a uma raça, a uma religião, a um modo de vida. O que vai contribuir para a harmonia da diversidade das culturas e religiões é o bom senso e o respeito comum entre nós humanos e este proceder é comum à maioria das religiões.
Que Jesus nos abençôe com harmonia em nossa sociedade, abrigo e pão para os mais necessitados e amor entre todos nós. Que tenhamos mais saúde e que mais tecnologia seja enviada por Deus aos laboratórios para a cura de tantos males que prejudicam tantas vidas.
Feliz Natal!
Luiz Lopes Filho, 23 de dezembro de 2012


Você sabe o significado desse símbolo postado no início do texto?
Ele é um dos símbolos mais usados pelos cristãos principalmente evangélicos. Há várias explicações à respeito da sua origem. Estou postando a mais aceita pela comunidade Cristã. A palavra grega para peixe é ICHTHUS e as suas cinco letras formam o acrônimo grego com a frase: Iesus Christus Theou Yicus Soter, que quer dizer: Jesus Cristo, filho de Deus Salvador. O desenho de um peixe tornou-se símbolo dos primeiros cristãos que, em tempos de perseguição, o usavam como sinal secreto da fé. Onde, para um cristão identificar se uma outra pessoa era irmão na fé, desenhava um arco na areia. Se a outra pessoa era cristã, desenhava o arco ao contrário, formando assim, o desenho de um peixe. Com o passar dos anos a figura do peixe associou-se então ao Cristianismo. Devemos saber que esse símbolo é apenas uma forma de identificação dos cristãos, pois não devemos adorar imagens, pois o único, digno de adoração é o SENHOR.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fim do Mundo


Fim do Mundo



Com a interpretação do calendário Maia, mais um motivo para atormentar algumas pessoas nos vários cantos do mundo: a chegada do dia 21 de dezembro de 2012, data para catástrofe que culminará no fim do mundo.
O calendário dos Maias, prevê que o fim do mundo ira acontecer no ano de 2012. De fato, é realmente preocupante e até assustador essa tal precisão do calendário dessa civilização que deu uma grande importância a esse calendário.

Os Maias viveram entre o 6º e 9º século depois de Cristo na América Central. Eles eram obcecados pela passagem do tempo e o calendário deles era muito mais avançado que o nosso atualmente. Através dos cálculos de períodos e ciclos lunares, solares e planetários que os Maias utilizavam, era possível saber com precisão e identificar os eclipses solares milhões de anos antes deles acontecerem. Muito além das previsões dos eclipses solares, o calendário dos Maias era também profético. Aproximadamente no 8º século depois de Cristo, o calendário dos Maias previu e revelou que "Deuses barbudos de pele branca", iriam atravessar o oceano e desembarcar no território deles exatamente no dia 5 de março de 1519. Ou seja, é precisamente nessa época, que  Hernan Cortez e seus conquistadores deixaram o antigo continente e vieram em busca do novo mundo (América). Será que isso é uma simples coincidência ou será que isso é uma prova da precisão do calendário profético dos Maias?

A data do fim do mundo prevista pelos Maias, é chamada de Hunab Ku. Segundo os Maias, no dia 21 de dezembro de 2012, o sol vai nascer e se erguer entre uma brecha obscura no centro da via láctea. Os Maias chamavam essa brecha obscura, de mar cósmico ou de buraco negro. O mais impressionante nisso tudo, é que somente em novembro de 2004, foi descoberto a presença do primeiro buraco negro em nossa galáxia por uma equipe de astrônomos. 

Os Astrônomos Modernos, confirmam a versão apocalíptica e astronômica dos Maias para 21 de dezembro de 2012. O planeta Terra estará perfeitamente bem alinhado com Sol, no centro da galáxia e a Via Láctea.

Esse fenômeno galático acontece unicamente uma vez a cada 25.800 anos (aproximadamente). Até agora ninguém soube explicar porque é necessário esse alinhamento entre a Terra, o Sol e a Via Láctea. As únicas pessoas que sabiam o que vai acontecer, eram os Maias e segundos eles, as consequências desse alinhamento, serão absolutamente desastrosas.

A teoria dos fisicos modernos em relação às previsoes astronômicas feitas através do calendário dos Maias, afirmam que a Terra passará por um fenômeno chamado de "deslocamento dos polos". Esse fenômeno ira mudar completamente a posição dos polos terrestres num curto espaço de tempo, dias ou talvez algumas horas.  Provável que esse fenômeno possa causar um desastre a nível planetario, todos os continentes seriam sacudidos por fortes terremotos e violentos TSUNAMIS inundariam todas as cidades costeiras. Nesse caso, seria a última catástrofe jamais registrada antes em toda nossa história. Mesmo se essa teoria pareça pura ficçã, ela realmente possui um fundamento cientifico comprovado. Até mesmo o fisico Albert Eisten evocou esse fenômeno no inicio dos anos 50.

Para nosso alívio, foi realizado um recente estudo realizado na Universidade Princeton nos U.S.A,  afirmando que os polos já se deslocaram. Ha 800 milhões de anos, o polo norte se encontrava exatamente no meio do Oceano Pacifico e o Alaska se situava em cima do Equador. Com o passar dos anos, o fenômeno de deslocamento dos polos foi se produzindo lentamente e modificando naturalmente o clima do planeta. O nível do mar numa escala normal. Caso contrário, num rápido deslocamento dos polos, haveria uma extinção massiva de todas as formas e espécies de vida presentes na Terra.

Pelo menos, hoje já é amanhã em Tóquio e oriente extremo. Pela web podemos comprovar que nada aconteceu. São 23:46 h ou quase meio-dia no Japão.
Porém fico a pensar como São Pedro iria trabalhar no the day after, com uma multidão de bilhões de pessoas querendo entrar pela pequena porta do céu. Talvez ele teria que sugerir a alguns pernoitar no inferno ou aguardar mais um pouco em pé nessa fila indiana ou mundana como melhor dito.
Alguns candidatos perdedores da última eleição teriam seu desejo realizado e diriam:  “meu opositor venceu, mas não assumirá!”
Enquanto isto, alguns já vendem souvenirs em Alto Paraíso-GO, alojam pessoas em hotéis preparados para esta cataclisma ou mesmo estocam alimentos.

O fim do mundo na realidade acontece todo dia quando uma criança morre de fome, quando um homem assassina uma pessoa por fútil motivo ou um ladrão mata para roubar; todos os dias temos estes acontecimentos extremos e urge que nossos legisladores reformem o código penal no Brasil para coibir ou pelo menos para minimizar a violência presente a nosso redor.
Que Deus nos proteja do fim do mundo a que assistimos diariamente em forma de violência, falta de amor ao próximo, egoísmo e perversidade.

Luiz Lopes Filho
Fortaleza-CE, faltando 03 minutos para 21/12/2012



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Seu Firmino


Seu Firmino

Ontem fui com papai e mamãe ao centro, pois já estava com saudades após tão somente quinze dias que passei no exterior. Não posso ficar mais que 10 dias sem cortar o cabelo. Por isso mantenho meu costume de ir ao centro, visitar o Salão Presidente e depois  comer um pastel de carne com caldo-de-cana no Leão do Sul. 

Também gosto de levar meu pai, para melhorar seu bom humor quando está aqui em Fortaleza. Na volta do centro, fiquei muito triste quando minha mãe me noticiou sobre a partida do Seu Firmino, não de trem como tantas e tantas vezes o fez, viajando entre Reriutaba e Fortaleza, mas para uma viagem mais longa: para a eternidade. Seu Firmino foi embora para o Céu!

 Nunca soube seu nome completo e nunca procurei saber, talvez porque o simples chamado “Seu Firmino” já se convertia em sinônimo de honestidade, dignidade, amizade, humildade e perseverança. Seu Firmino era um homem trabalhador e, acima de tudo um grande prestador de favores à comunidade reriutabense. Sua família era somente Dona Cecília e sua filha, Cristina quando moravam em Fortaleza. Após anos e anos trabalhando nas feiras de Reriutaba e Araras, passou a morar em Reriutaba na antiga casa do Seu Filemon ali na Rua 25 de Setembro, porém continuou a viajar para Fortaleza em busca de seus produtos na Ceasa em Maracanaú. Por falar nisso, sempre costumava citar o trocadilho com os meninos de nossa rua, pedindo para pronunciarmos bem ligeiro: "Macaraú-Maracanáu-Macaraú". 

              Gostava quando lhe perguntávamos se havia chovido em Fortaleza porque já de pronto tinha sua resposta, movimentando o dedo polegar subitamente para trás: - O Senhor que saber se choveu em Fortaleza? Onde? no Centro, na Aldeota, no Álvaro Weyne ou no Montese? Depende......Fortaleza é muito grande...! E passava a sorrir com áurea de bom conhecedor da capital.

Nas décadas de 70 e 80 não havia meio mais eficiente e rápido de enviar encomendas e cartas para Fortaleza senão pelas mãos do Seu Firmino. As famílias que tinham filhos estudando na capital pediam-lhe para que levasse cartas, quilos de carne de gado (geralmente chã-de-dentro), camarão-sossego pescado no Açude do Araras, queijo, batidas, alfinins e nosso bacalhau chamado Jirigóia, um peixe seco ao sol que era muito barato para seu bom sabor.

Para receber as encomendas na 2ª feira pela manhã, íamos até a lanchonete do Seu Chico Gomes, situada na Praça da Estação, quase esquina com Rua Castro e Silva. Seu Chico Gomes também era de Reriutaba e morava com a família naquela área até meio imprópria para uma residência familiar, pois ali se amontoavam por toda a Castro e Silva inferninhos e prostitutas que vagavam pelas ruas sujas e perigosas.

Quando criança tinha medo de ir pegar estas encomendas, pois havia bêbados, mulheres maltrapilhas e tudo mais da mundana vida de centro de capital. Nas entradas dos bares, piscavam ainda caixas de som coloridas que se esqueciam da presença da 2ª feira e que continuavam entoando suas melodias de cabarés.

Quando chegava na lanchonente do Seu Chico Gomes situada na Praça da Estação, próximo à Rua Castro e Silva, logo pegava meu pacote com queijo, carne e outros itens e; corria para o ponto de ônibus em rumo de casa, pois já era 1 hora e sequer tinha almoçado. Acho que a pressa não era pela fome do almoço, mas pela ânsia de ler a carta que minha mãe enviava dentro do pacote trazido pelo Seu Firmino. 

Abaixo exponho uma carta guardada que minha mãe me enviou pelo Seu Firmino datada de 1984. Telefone era muito caro e ainda tinha que se aguardar o pessoal da Teleceará para transferir a ligação para cada residência; quando muitas vezes não se lograva êxito:



Feirante humilde que adotou minha Reriutaba como sua cidade, vinha toda semana de trem. Levando fardos de batata inglesa, beterraba, cenoura e alho; embarcava na Estação João Felipe em Fortaleza com seus produtos para vender nas feiras de Reriutaba e de Araras, antigamente distrito de Reriutaba e atualmente Varjota. 

Chegava pela madrugada e deixava muitas mercadorias na Estação aos cuidados do saudoso Seu Saldanha de quem também era muito amigo. Cedinho ele estava a escolher os melhores produtos dos sacos, jogando fora os legumes estragados. Sua banca era a mais procurada, pois era o único que dispunha de batata inglesa, cenoura, beterraba, além de abacaxi, maçã e uvas. Naquela época era difícil encontrar-se bons produtos no interior. Maçã, abacaxi e uva eram itens de luxo na minha infância.

Aos sábados, após a feira se acabar por volta do meio-dia, subia a Rua 25 de Setembro, onde estava situado o depósito do Seu Firmino, antigo ponto comercial do Seu Coquim, pai do Zé Audir, saudoso amigo taxista e poeta.

Apesar de todos os sábados Seu Firmino ir almoçar lá em casa e isto já era costume, tínhamos que convidá-lo pessoalmente e esta era minha tarefa após a feira de sábado, quando o papai dizia: - Luiz Filho, vá chamar Seu Firmino. Rapidamente subia a linha do trem e cruzava a rua para chamá-lo para almoçar. Tinha uma recompensa para mim: bombons azedinha, pirulito Zorro ou pastilhas de hortelã da marca Valda.

Era o melhor almoço da semana. Na mesa com meus pais, minhas duas irmãs (na época era somente 3/5 da prole atual) e Seu Firmino. Era também bom porque no almoço havia verduras frescas, saladas de frutas e abacaxi em rodelas. Tudo da banca do Seu Firmino.

Esta narrativa contém um pouco das lembranças deixadas pelos velhos tempos de infância e que foram os capítulos iniciais no conhecer de uma pessoa tão prestativa e honesta que foi Seu Firmino. 

Esta é minha sincera homenagem ao Seu Firmino em forma de gratidão e respeito!


Fortaleza-CE, 12/12/12
Luiz Lopes Filho