quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Antes de Partir


Não sou tão assíduo ao cinema de um modo geral. Às vezes quando saio do trabalho, enfrento o trânsito da Antônio Sales e estaciono numa locadora para me desligar da programação rotineira da tevê.

Minha vista não busca banners contendo formatos dramáticos, amorosos ou de comédia. Meu estilo é ação, policial e, vez por outra, histórico. Nestes dias estava pensando distante, preocupado com as mesmas coisas que se repetem todos os anos: contas, trabalho, obras, compromissos; quando minha esposa apontou para a mesa da sala e disse: - Assista a este filme, talvez você passe a se cobrar menos, a se dar mais tempo, a aproveitar coisas simples. – Relaxe!

Passaram-se dois dias e, finalmente encontrei um tempinho para assistir a tal filme. Seu título em português: Antes de Partir. Na capa dois atores de peso: Morgan Freeman e Jack Nicholson. E assim me imergi naquele enredo. Minha mente, como uma conselheira invisível me punha naquele imaginário e involuntariamente ali estava eu a tomar o lugar dos protagonistas. Puxa...Deus me livre! Respondia à minha conselheira.  Mas o bom senso, doutro lado me dizia: então faça isto agora, não espere acontecer coisas ruins e imprevistas para cuidar de si.

Cuidar de si não significa propriamente sair feito maluco viajando ou gastando irresponsavelmente seu tempo e economias com restaurantes caros, lugares exóticos ou coisas desta estirpe, mas aproveitando coisas simples da vida como brincar com sua filha no chão; sentar-se sem pressa numa mesa para tomar café com tapioca sem olhar para o relógio; deitar-se depois do almoço e desligar-se das obrigações por tão somente meia-hora. Digo: meia-hora!. Porque há um amigo meu João Carlos que conta a história de um preguiçoso que após almoçar se encostava por ali e por aqui e acabava dormindo até 4 da tarde. Ao acordar, esticando-se os braços para cada lado, dizia: - Puxa vida, meu Deus! Onde vocês estavam que não me acordaram? E agora: “onde vou encontrar sono para a noite?”.  

No final do filme a emoção se presencia em qualquer pessoa, pois é ali que nossa orelha é puxada para que respeitemos a vida, buscando trilhá-la sem stress, sem egoísmos, com perdão e também com trabalho sadio que nos proporcione conforto e segurança ao final de cada dia.

Aconselho a meus leitores a assistir ao filme “Antes de Partir”, porque pode ser tarde para descobrir que o ontem não mais voltará.

É bastante difícil apontar precisamente no que se resume a vida de uma pessoa. Alguns dizem que são as amizades que deixou; outros dizem que é a fé que teve; outros quantas mulheres amou; outros quanto dinheiro juntou; outros quantos lugares conheceu e muitos dizem que nenhum sentido a vida tem.

Já penso que a vida se resume no que você fez de bom aqui e esta medida é realizada pela quantidade de pessoas que admiram suas ações.
Alfim, seja como você mede sua vida, o importante é que você tem que viver mais do que a vida lhe dispõe.

Pensei no que gostaria de realizar também antes de partir e para tal preciso começar a realizar agora, pois não sei quantas fichas há no meu bolso, pois todo dia 31 de dezembro gasto uma mais.

Para os egípcios, entrar no céu de Horus e Seth, depende de sua resposta para estas duas perguntas: a primeira é se você teve alegrias em sua vida e a segunda é se você fez alguém feliz. Se você responder positivamente, você terá seu passaporte carimbado para o céu.

Logicamente e, a priori, rogo a Deus pela descoberta da cura de doenças como o câncer, a hepatite, as degenerativas e para que tenhamos mais igualdade e paz social. Mas, no depender mais de minha pessoa e de um pouco de sorte, poderia elencar algumas coisas que gostaria de fazer ou presenciar antes de partir, até mesmo plagiando alguns desejos do Carter e do Cole:

Eis minha “Lista da Bota”:

1)    Publicar um livro (já tô tentando);
2)    Possuir um Aston Martin Rapide (já tô tentando);
3)    Fundar uma instituição de caridade;
4)    Participar da formatura de minha filha;
5)    Aprender a pilotar avião;
6)    Fazer um vôo espacial;
7)    Ser premiado na loteria (já tô tentando);
8)    Trabalhar apenas 3 dias por semana (já tô tentando);
9)    Ajudar sem interesse a um desconhecido;
10)  Correr uma maratona (já tô tentando);.
11)  Terminar de conhecer as sete maravilhas do mundo moderno, que são: Grande Muralha (China); Taj Mahal(Índia); Cristo Redentor(Brasil), Migração do Serengueti(Tanzânia); Ilhas Galápagos(Equador); Grand Canyon(USA); Machu Picchu(Peru). (já tô tentando);



Carter Chambers (Morgan Freeman) é um homem casado, que há 46 anos trabalha como mecânico. Submetido a um tratamento experimental para combater o câncer, ele se sente mal no trabalho e com isso é internado em um hospital. Logo passa a ter como companheiro de quarto Edward Cole (Jack Nicholson), um rico empresário que é dono do próprio hospital. Edward deseja ter um quarto só para si, mas como sempre pregou que em seus hospitais todo quarto precisa ter dois leitos para que seja viável financeiramente, não pode ter seu desejo atendido pois isto afetaria a imagem de seus negócios. Edward também está com câncer e, após ser operado, descobre que tem poucos meses de vida. O mesmo acontece com Carter, que decide escrever a "lista da bota", algo que seu professor de filosofia na faculdade passou como trabalho muitas décadas atrás. A lista consiste em desejos que Carter deseja realizar antes de morrer (“ou bater as botas”). Ao tomar conhecimento dela Edward propõe que eles a realizem, o que faz com que ambos viagem pelo mundo para aproveitar seus últimos meses de vida.



Um comentário:

  1. Muito bom . Seu texto chama atenção para as pessoas valorizar mais a vida, dar mais importante ÀS COISAS BOAS que a vida nos oferece e ter consciência de que não estamos aqui para sempre... Parabéns!

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