segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sustentabilidade

Novos Tempos

Hoje o 42º Presidente dos Estados Unidos, Mr Bill Clinton, falou durante 40 minutos para um público de dois mil convidados no ginásio de esportes da Universidade de Fortaleza na manhã desta segunda-feira. Na primeira vez na capital cearense, o norte-americano ministrou uma palestra sobre sustentabilidade e desenvolvimento global para políticos, empresários, professores e estudantes. O mundo todo precisa melhorar sua sustentabilidade sem prejuízo ao meio-ambiente e este foi o teor de sua palestra, denotando a preocupação mundial pelo crescimento sadio que brota numa pequena comunidade e repercute numa grande nação.

Ano passado escrevi algo sobre esta tal sustentabilidade, teci comentários sobre produtos fabricados em nosso município. Descobri que havia um produto genuinamente reriutabense. Era rotulada de Revoltosa, uma aguardente de cana-de-açúcar fabricada e engarrafada pelo Sr José Vale no sítio Bananeiras. Fiquei feliz ao rever que minha terra naquela época tinha uma indústria, apesar de ser uma pequena fábrica de um produto agrícola, sem tanta tecnologia.


Na minha infância presenciei muitos caminhões carregados de cera-de-carnaúba, castanhas-de-caju, oiticica, algodão e chapéus de palha, fazendo o percurso de exportação. Os trens também eram uma via de escoamento presente.

Atualmente o percurso é de importação: os supermercados de maior porte recebem de fora gêneros alimentícios diversos, produtos industrializados dos grandes centros nacionais e, pasmem: trazem até ovos de granja para as pequenas cidades. Quase nada se produz, quase tudo que se consome em nossas cidades vem dos grandes centros.

O município, quase totalmente dependente de verbas federais, vê-se sacrificado com uma alta folha de pagamentos e o investimento em melhorias públicas só acontece porque o prefeito tem bom trânsito com o governo estadual, permitindo verbas para pavimentação, construção de cisternas, manutenção da saúde básica, dentre outras melhorias.

 Quando vejo aproximarem-se os tempos de eleição, antecipo-me sobre os fatos que se repetirão no dia-a-dia de qualquer cidade pobre do sertão nordestino. Compra de votos, promessas, intrigas, pseudo-amizades, calúnia... e tudo mais que se puder utilizar de ferramentas para se galgar os poderes executivo e legislativo municipais. Até promessas  impossíveis de serem cumpridas.

Sobre estes fatos, não faço alusão nem me refiro somente à minha cidade, mas a quase todas as cidades brasileiras e, em especial, àquelas que dependem praticamente de tudo do poder público, principalmente de empregos.

Para isto, tem-se uma solução: a sustentabilidade econômica do município por sua vocação agropecuária ou industrial. Tem que se oferecer incentivos fiscais para que a iniciativa privada e as instituições de fomento instalem indústrias nestas cidades. Assim, o governo municipal irá administrar sua cidade sem o peso da folha de pagamentos e com uma população menos pobre, com maior geração de empregos e renda.

Vamos acreditar num novo tempo que se avizinha, numa proposta realista e que se baliza na verdade sem amarras com o passado; e aí concretizar-se-ão obras como construção de casas populares e saneamento básico que implicará na melhoria das condições de saúde do povo; na implantação de indústrias de calçados, de beneficiamento de frutas e de tudo o que se puder instalar em prol do desenvolvimento auto-sustentável de nossa cidade.


Luiz Lopes Filho,
Fortaleza-CE, 27/08/2012

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